Ações antitabagismo são responsáveis por evitar oito milhões de mortes, estima estudo
O
estudo Tobacco Control and the Reduction in Smoking-Related Premature Deaths in
the United States (O controle do tabaco e a redução de mortes prematuras
ligadas ao tabagismo nos Estados Unidos - tradução livre), coordenado por
Theodore R. Holford, apontou a eficácia das ações contra o tabagismo nos EUA. E
isso não se atribui apenas às mensagens de advertência nos pacotes de cigarro.
Campanhas educativas, processos contra empresas de cigarro, leis mais rígidas e
programas de ajuda para se parar de fumar têm, em conjunto, evitado oito
milhões de mortes prematuras apenas nos Estados Unidos, estima o estudo de
Harold, que é do departamento de bioestatística da Universidade de Yale (EUA),
que aplica a estatística nos campos biológico e médico. O estudo, que comparou
como a expectativa de vida nos EUA mudou desde 1964 e como essa expectativa
seria se as medidas de controle do tabagismo não tivessem sido adotadas,
estimou que aqueles cujas vidas foram salvas pelas medidas de controle ganharam
em média 20 anos de vida. “Essas ações contra o tabagismo têm sido uma
conquista bem sucedida de saúde pública”, diz Harold. Contudo, ressalta que
ainda há muito o que se fazer, especialmente em países onde fumar é ainda
popular. Atualmente, a taxa de fumantes no mundo tem caído: a porcentagem de
homens que fumam caiu de 41% em 1980 para 31% em 2012; quanto às mulheres, a
porcentagem foi de 10,6% para 6.2% no mesmo período. Destaque para países como
Canadá, Islândia, México e Noruega que reduziram a taxa de fumantes em mais de 50
%, entre homens e mulheres. Os dados são da pesquisa de Christopher Murray,
pesquisador de saúde mundial da Universidade de Washington, em Seattle.
Entretanto, o mesmo estudo aponta para o fato de que mais pessoas fumam hoje,
devido ao crescimento populacional e por isso as ações antitabagismo continuam
a desempenhar um papel importante na saúde da população mundial. No Brasil, de
acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, 12 % dos
brasileiros maiores de 18 anos são fumantes. Essa foi a menor taxa registrada
desde 2006. Também houve uma queda de 20% do número de fumantes em seis anos
(2006-2012), provável resultado das medidas antitabaco adotadas nos últimos
anos, como a proibição da propaganda de cigarros, a Inclusão de imagens de
impacto nas embalagens de cigarro que ilustram a advertência do ministério da
saúde e a proibição de fumar em locais fechados. Mais ações estão por vir. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende implementar as
caixas de cigarros genéricas no Brasil - já em uso na Austrália. Elas teriam a
mesma forma, cor, tamanho, modo de abertura e fonte, mantendo a advertência de
uso e as imagens. O objetivo dessa estratégia é deixar as caixas menos
atraentes e reduzir ainda mais o número de fumantes no país. Além de causar
inúmeros danos à saúde, quem fuma também causa danos ao meio ambiente. Confira
a matéria do Portal eCycle “Bituca de cigarro: uma grande vilã ambiental”. Fontes: Scientific American e The Journal of the American Medical
Association.
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